Friday, June 30, 2006

Alô, povão, agora é sério

A Argentina perdeu na decisão do Pekerman de, ganhando, não colocar Messi nem Saviola em campo. Um time não pode ter esses dois no banco numa condição de jogar pelo contra-ataque, e prescindir do futebol deles. Pena, porque esse time da Argentina, esta geração, realmente merecem mais do que conseguiram até agora. Mas... não posso dizer que estou triste com isso.

Acho que é cedo para falar em "bom para o Brasil", uma vez que temos ainda França e Portugal/Inglaterra pra ganhar, mas acho que o Brasil se deu bem nessa. Entre os tipos de pressão que os dois times de hoje fazem, honestamente acho que o Brasil sai melhor da alemã.

Mas, o que importa é que a Copa começou de verdade, e isso deu para ver com minutos de jogo. É outra história.

Tuesday, June 27, 2006

Quartas históricas

É, galera:

- 6 times campeões mundiais

- Argentina e Alemanha reprisando duas finais de Copa (uma vitória pra cada), na casa de uma delas contra a melhor geração da outra em muito tempo.

- Inglaterra contra Felipão.

- Brasil podendo encerrar a carreira de Zidane.

- E... a Itália. Jogo da Itália sempre é dramático, operístico, por definição. Mesmo com a Ucrânia.

Ou seja: sexta e sábado eu não estarei encontrável - nem no meu estado normal. Se eu cruzar com alguém na rua e não falar... entendam.
Parreira = gênio

Aproveitou a oportunidade que teve para finalmente fazer um coletivo. Treinou a defesa, treinou o Dida, mexeu até no esquema colocando o time que tanto se pedia para ver como rolava. Cabe ver o que vai ser quando tiver um time de verdade do outro lado, e não um sparring.

Porque, sobre Gana, fico com o comentário do Casagrande:
"Eles só não sabem marcar e chutar no gol. Tirando isso, é um ótimo time."

Ah, sim: ele não estava sendo irônico.

Eu estou.

Monday, June 26, 2006

Ucrânia e Suiça

Sabem o que eu escrevi ontem aqui sobre a Copa ter começado? Os jogos de hoje quiseram claramente me desmentir. Então, apaguemo-los da lembrança e façamos uma elipse que ligue o trenzinho de Felipão com o jogo do Brasil amanhã.

Se Nelson Rodrigues fosse vivo, ele certamente diria que Ucrânia e Suiça ficaria zero a zero até o final dos tempos. Por conta desse jogo, aliás, devia ser criada uma nova categoria de jogo que já começa pelos pênaltis, uma vez que todo mundo sabia aos 15 do primeiro tempo que esta era a única esperança de gol e emoção nesta tarde (sendo que, por alguns minutos, pareceu que nem nos pênaltis haveria gols, ficando eu com medo de ter que assistir aquela partida pelo resto da minha vida).

Finalmente, o único momento deste jogo em que eu senti alguma empatia com o que se passava na tela, foi quando o técnico Oleg Blokhin (alguém mais lembra dele jogando contra o Brasil em 1982, pela CCCP??) saiu do campo para não ter um ataque cardíaco vendo disputa de pênaltis (apareceu inclusive tomando remedinho na boca). Eu fiz parecido em 1998, na semifinal com a Holanda. Afinal, não é só o Bussunda que pode ter este tipo de coisa... O Blokhin se revelou um belo dum latino emocional. Tomara que o Zagallo sobreviva a uma dessas...
V de Vendetta

2002, a Coréia treinada por Hiddink ganha da Itália em jogo roubado, onde a Itália merecia ganhar (tá, nem achei tão roubado assim, mas imprima-se a lenda).

2006, Itália elimina a Austrália de Hiddink, que tinha o jogo nas mãos, com pênalti roubado no último minuto (ó o Golden Goal aí gente!).

clássico, mitológico.

isso no jogo mais chato de todos nas oitavas...

Copa é Copa.

ps: e mantêm-se os campeões na Copa. mesmo a Itália jogando muito mal, é muito mais clássico ter ela do que a Austrália, em qualquer circunstância.

Sunday, June 25, 2006

Começou a Copa do Mundo

A frase é batida, e dia sim dia não alguém usa. Mas esta é a minha vez de usá-la: PortugalxHolanda, especialmente o segundo tempo, marcou o verdadeiro começo da Copa - tudo que houve antes ficou com cheiro de prólogo. E, no final, ainda teve Felipão fazendo trenzinho no banco de Portugal - desde já a imagem da Copa.

O que vimos foi uma clara vitória de futebol gaúcho, onde os Robben e Van Persie da vida aprenderam que futebol se joga TAMBÉM com os pés e a técnica, mas que não é jogo pra firuleiros. Acho até que eles podem chegar com força em 2010 depois da aula do professor Felipão.

Figo mostrou que é jogador de muito mais presença do que eu mesmo pensava, com cabeçadas e simulações quando necessárias. Nada mal pra quem começou questionando o Felipão. Já o Deco vinha bem, mas se mostrou um autêntico português no lance da expulsão. Pena, porque o time entra mais fraco contra a Inglaterra (a ausência de Costinha é reforço pra Portugal). Mas, olha: vai ser difícil parar o Felipão. 11 vitórias seguidas, e contando...


Ainda a mitologia

1 - Felipão vs Van Basten???

Fala sééério...

2 - Para além de jogadores, eu tenho dois ídolos no futebol: Felipão e Parreira. Esta semana foi uma alegria só. Antes do espetáculo-Felipão de hoje, teve a rasteira do Parreira nos críticos na quinta-feira, com um autêntico futebol-moleque (e não me refiro a dribles, e sim a substituir o goleiro, por exemplo). Desde então, os críticos andam mais perdidos que cegos em tiroteio, e ao invés de brigarem com o Parreira, brigam entre eles. Para além da parte "espírito de porco" de tudo isso (que pra mim já bastaria), tem ainda uma genialidade de condução da equipe. Alguns andam temendo que o Brasil entre com o time de 1 a 11 do começo da Copa. Não percebem que, depois de quinta, podem até entrar as mesmas camisas, mas não os mesmos jogadores. Ou vocês acham que eles querem carregar a culpa de desclassificarem o Brasil depois de os garotos mostrarem o serviço que eles não tinha mostrado? O jogo foi uma genial sacudida de Parreira nos seus titulares, que sõ tem como melhorar o Brasil, independente de escalação favorita. Eu tenho a minha (a mesma desde sempre, com Juninho entrando no lugar do Adriano), mas seja qual for, eu sei que será melhor.
A Copa da lógica pode se tornar a mais épica de todos os tempos

O fato é que os corajosos de bolão, que gostam de apostar nas zebras, estão na rabeira das listas nesta Copa (me incluo entre eles). Não só os 8 cabeças de chave se classificaram, o que não rola tanto assim, como entre as segundas forças, nenhuma surpresa de fato: Austrália, Gana e Equador saíram de grupos onde claramente não havia uma segunda força destacada, melhor que os outros (a República Tcheca podia ser este time, mas não depois que perdeu Koller, e já jogava sem Smicer e com Baros só no último jogo). Agora, depois dos primeiros dois dias das oitavas, está pintando um fenômeno mais raro ainda: podemos ter, eventualmente, os seis campeões mundiais nas quartas, tornando esta a Copa mais emocionante desde sempre. Basta que Brasil, Itália e França cumpram suas tarefas. Como o Uruguai já não é mais uma força internacional desde 1950, podemos dizer que, com o Portugal do também campeão mundial Felipão, e o convidado bem trapalhão que ganhar o jogo Suiça e Ucrânia, as quartas seriam inesquecíveis.

Mesmo que o diagnóstico não se comprove de todo, só a promessa de Argentina e Alemanha e Inglaterra e Grêmio, digo, Portugal, já dá água na boca.

Saturday, June 24, 2006

Argentina e México

Ontem eu tinha falado com o amigo Cléber Eduardo que achava a Argentina imensamente superior e que ela ganharia, mas que nunca, nunca mesmo, seria um jogo fácil. O México tem duas características marcantes: o de jogar muito melhor contra times melhores do que ele (uma vez que aí eles não precisam gerar futebol, e sim responder ao do outro), o que ainda não tinha tido a chance de fazer nesta Copa; e a estranha mania de chegar (e ser desclassificado) nas quartas de final de Copas.

Na verdade, o jogo foi bastante igual em muitos sentidos: primeiro o México deu sorte de fazer um gol com cinco minutos, que representava a grande chance dele poder ganhar o jogo... a não ser que a Argentina desse a grande sorte de empatar em cinco minutos - o que ela acabou fazendo. Pronto, depois disso, o jogo estava meio fadado a um 0 a 0 de poucas chances de gol, entre a enorme habilidade do México de desarmar o esquema argentino e sua enorme incapacidade de montar uma jogada de ataque (Borghetti é um atacante incrivelmente fraco - apenas melhor do que seu colega de linha, Fonseca). Tanto que o tal do Zinha, que se jogasse no Brasil seria meio de campo do Figueirense ou algo assim (um Walter Minhoca da vida), quando entra parece iluminar o meio de campo do México (embora isso não seja muito).

Houve apenas dois momentos em que o jogo pôde sair disso, e aí os times se igualaram de novo em serem prejudicados pelo árbitro: primeiro, Heinze devia ter sido expulso depois de sua pixotada ridícula no primeiro tempo (e isso mudaria sim o jogo, embora eu não saiba bem como); e depois o lance do Tévez/Messi aos 46 do segundo tempo, que devia ter terminado o jogo com a vitória da Argentina (nunca vi um erro tão crucial da arbitragem ser tão pouco protestado).

Mas a Argentina estava fadada a ganhar, mais cedo ou mais tarde, porque com todos aqueles jogadores em campo, em algum momento algo ia acontecer, como foi com o chute de Maxi Rodriguez (que, segundo Mauricio Noriega no SporTV, foi dado depois de "ele ver o goleiro adiantado e chutar por cobertura" - o que prova que alguns comentaristas, até bons, certamente ganhariam bastante se jogassem bola pelo menos uma vez na vida!).

Mas, agora vem a Alemanha... pobres argentinos!
Mitologia e Copa

Eu tenho uma certeza: Copa do Mundo é 5% tática, 10% técnica e 85% mitologia. A Copa não qualifica como um evento de futebol, exatamente, mas algo a mais.

Dito isso, duas coisas me preocuparam nos últimos dias:
- A Alemanha hoje, claro. Me parece um time com uma missão. Não queria ser argentino.

- A França ontem. Times com classificações dramáticas, jogadores velhos à beira da aposentadoria, dão grande mito em Copas. Cuidado, Espanha.

E tem, claro, os mitos pessoais. Jogadores e Copas do Mundo (Zico que o diga) têm histórias absolutamente contrastantes. Só pra ficar no Brasil, o último jogo trouxe a reencarnação de Ronaldo, óbvia pra quem acredita na mitologia como eu, o ressurgimento de Josimar com o nome de Gilberto.

E hoje nós vimos os claros exemplos de jogador de Copa e não-jogador de Copa: Klose, um limitado jogador que vira um possuído em Copas; e Larsson, que amarelou feio duas vezes, nas únicas duas chances da Suécia existir no jogo. Um nem é muito melhor que o outro, mas interpretam papéis opostos em Copas.

- Duas curiosidades:
Na entrevista do Parreira hoje eu notei pela primeira vez o logo da Varig assombrando por trás dele, no hotel brasileiro. Hmmm... Sinal de quê??

O tal do Isaksson não serviu pra nada de prático, mas que puta atuação de um goleiro.

Thursday, June 22, 2006

Essa terceira rodade, por sorte, pintou extremamente desinteressante. Acabei trabalhando 3 dias nela, e nao pude ver jogos, por isso a ausência de comentários por aqui...

Volto a falar sobre as oitavas, em breve.

Bom mesmo foi ver ontem no cinema o Kino Copa, de Igor Cabral e Chico Serra, pra repensarmos os discursos unificados e banais sobre o "torcedor brasileiro" nas redes que cobrem a Copa...

Tuesday, June 20, 2006

ficou com cara de artigo, mas saiu assim, fazer o quê...

A cobertura da imprensa especializada sobre o futebol da seleção de Parreira continua quase pífia. Isso falando dos supostos “especialistas” mesmo, como os membros da mesa-redonda principal da ESPN Brasil. Depois de defender que “Ronaldo nunca jogou bola” no dia do primeiro jogo, José Trajano saiu-se agora com a tese de que Parreira é um enganador, porque “diz que entende muito de futebol mas pratica um futebol que não deixa nenhum legado”. Por trás dessa espinafrada, está uma requentada discussão, mais velha que andar para trás: a do futebol-arte contra o futebol de resultados.

Trajano, e seus colegas de mesa o acompanharam no raciocínio, acha que Parreira só se preocupa com os resultados, e não com a “História do futebol”. A tese, para além dos equívocos conceituais a serem discutidos depois, já é contestada por seu próprio criador: explicando porque o Brasil não podia se comportar como um país qualquer no que se refere a futebol (“um Equador da vida”), Trajano afirmou que, afina, “nós somos pentacampeões do mundo”. Ué, mas os resultados não eram desimportantes? Então como é que o número de títulos pode querer dizer alguma coisa? Não é ainda mais sem sentido puxar este dado sendo que um destes títulos foi ganho pelo próprio “Parreira de resultados”? Um título, aliás, que, segundo ele mesmo, Trajano nem comemorou de verdade. Mas somou na conta do porquê precisamos respeitar a nossa história. Mas, contradições à parte, este está longe de ser o maior problema do raciocínio.

Primeiro, porque levanta um sofisma importante: é mais importante ser campeão ou “deixar sua marca na História”? Ou seja: melhor ser a Alemanha ou a Holanda em 1974? Há bons argumentos para os dois lados, e eu concluiria que não é de todo mal ser nenhum dos dois – ainda que para se sentir bem com o lado holandês precise-se de uma boa dose de anos e perspectiva histórica (perguntassem no dia seguinte à final daquela Copa aos cidadãos holandeses e alemães, tenho certeza que os primeiros trocavam de lugar com os segundos sem o menor problema).

Questão adjacente a esta, mas igualmente interessante, seria definir o que significa “deixar a marca na História do futebol”, já que Trajano, em seu tortuoso pensamento, falava sempre em “inovações táticas” e “revoluções”. Se estes argumentos certamente caberiam para a Holanda de 1974, como ficaria o Brasil de Telê, em 1982? Não se pode dizer que ele tenha causado nenhuma revolução ou apresentado inovações – era simplesmente um caso de uma geração de jogadores incrivelmente talentosos jogando um futebol muito bom. Eles deixaram sua marca na História? Para quem os viu jogar, certamente – pelo menos no que se refere ao imaginário futebolístico.

Mas algum time é devedor hoje do futebol jogado naquela Copa pelo Brasil, como tem repercussões até hoje o Carrossel Holandês de 74? Dificilmente. Aliás, aquela Copa mais marcou o fim de uma era (a dos “pontas” – lembram de Jô Soares?), do que o começo de alguma coisa. A maior marca que o time deixou foi a de uma “injustiça” – o que, aliás, é outro conceito complicado. Se tomado jogo a jogo, por exemplo, se aplica muito mais à seleção lazarônica de 90, eliminada após uma bela atuação frente a Argentina, do que à “tragédia do Sarriá”, onde o Brasil não fez muito por merecer mesmo uma vitória sobre a Itália (e a magia do futebol não estaria no fato de que um time mais fraco no papel pode jogar melhor e ganhar de um mais forte? Onde está a injustiça então??).

Como vemos, os conceitos são um tanto fluidos. Fica a impressão, então, que não são conceitos de fato, mas apenas espasmos de torcedor de acordo com seus gostos pessoais: alguns preferem títulos, outros “jogar futebol bonito” (a oposição é tosca, mas vamos lá). A princípio nada contra, mas concordemos que é esquisito ver alguém que é um “analista” de alguma coisa dizendo que, se esta coisa não é feita como ele gosta, então não pode ser boa – vai de encontro à definição mesmo do que é ser um analista. É como ter a Barbara Heliodora criticando teatro moderno – ela não gosta dele por definição, porque gastar o tempo dela, e do leitor, atestando o óbvio. Assim como ela não pode dizer se uma peça moderna é boa ou ruim, apenas afirmar que ela não gosta, de que nos serve, por exemplo, ter cobrindo a Copa um Fernando Calazans que diz que “não vê vários jogos, porque eles são muito ruins”. Ora, não vai ver então a Copa de 2006, fica em casa vendo tapes de jogos das décadas passadas e abre espaço para alguém que se interesse de fato pelo futebol contemporâneo – que, aliás, nem precisa ser “coisa de jovem”, como o mestre Tostão demonstra sempre (ele mesmo curiosamente um membro da seleção que estes outros adoram citar como exemplo “inatingível” de excelência).

Mas, tudo isso é digressão para chegar no que importa: o Parreira de 2006. E quanto a este não há nada mais equivocado do que desvirtuar o debate possível para uma questão antiquada de resultadosXarte, como se o problema da Seleção de hoje fosse uma oposição entre eles. O problema maior é, de fato, que esta seleção dificilmente produzirá os melhores resultados. Não porque falte arte, mas porque ela é a exata antítese da seleção de Parreira em 94, que, mais do que resultados, era exímia em tirar o máximo do material que tinha em mãos. Esta Seleção desperdiça no banco jogadores em melhor fase do que os que estão em campo, e monta um esquema que não permite aos que estão jogando que desenvolvam seu melhor futebol. Este sim é o problema – e isso não é uma questão de arte, e sim de resultados. Enquanto se bater na outra tecla, a de opor arte a resultados, o Parreira vai achar que a escolha dele é a melhor, já que levaria a resultados. E o problema é que ela não leva. E aí, não vai sobrar alegria para ninguém: nem para quem quer “entrar para a História”, nem para quem queria ser campeão. E o pior é que dava para fazer os dois...
Duas curiosidades:

- Começa hoje a terceira rodada da primeira fase da Copa, na qual a dinâmica muda, colocando dois jogos simultâneos. Isso se dá para “igualar” as equipes, impedindo que elas usem os resultados de um jogo para moldar ao seu. No entanto, isso é uma utopia que nunca atingirá uma justiça plena: basta ver a situação do Brasil. Dentro do grupo mesmo, pouco a definir. No entanto, mais cedo no mesmo dia, se definirá quem vai ser o adversário na próxima fase de quem for o primeiro ou o segundo no grupo do Brasil. Tendo essa informação, o Brasil poderia eventualmente preferir ser primeiro ou segundo, de acordo com possíveis cruzamentos (o mesmo vale para a Inglaterra amanhã) – um luxo que os times dos grupos A e E, por exemplo, não tiveram.

- De novo, a França dá muita sorte – o mesmo já tinha acontecido nas eliminatórias. Mesmo com futebol e resultados pífios, entra na rodada final com enorme vantagem, pois pega Togo já desclassificado (se mesmo quando ainda estavam brigando por vaga, eles já pareciam mais interessados em discutir o bicho, que dirá agora...), e nenhuma combinação de resultados do jogo de Coréia e Suiça pode impedir os franceses de se classificarem ganhando por qualquer placar superior a dois gols de diferença. Muita moleza, e se nem assim eles passarem...

Saturday, June 17, 2006

Dia de Copa

O dia comprovou minha impressão de que a primeira fase da Copa podia se limitar aos jogos dos grupos C e E. Caramba, parece que estamos vendo outra competição quando estes grupos estão jogando. A má notícia é que agora só tem de novo na quarta feira. E, finalmente, teremos um grupo cuja última rodada vai valer a pena assistir.

Agora, esta é a Itália que eu tenho medo: a que empata com os EUA com um a mais, a que dá cotovelada na cara, a que sofre pra se classificar. Hmmm...

Quanto aos outros times, não acho que assustem não. A Rep. Tcheca está muito quebrada, sem 3 dos principais jogadores (Smicer, Baros, Koller), e hoje mostrou que é um típico time do Leste Europeu, ou seja: quando o jogo não está indo a seu favor, praticamente pára de levar ele a sério. Gana só não deu de 10 porque é... bem, um típico time africano (de qualidade). Talvez os EUA fosse o mais perigoso dos 3 para o Brasil nas oitavas, mas não creio que passem.

Personagens do dia
Sinistra a morte do Bussunda. Não me lembro de um outro acontecimento tão nada a ver com o clima de Copa. E comprova a má fase do Ronaldinho definitivamente.

E o Felipão? 9 jogos de Copa, 9 vitórias. Muito bom ver o bichinho correndo e rindo ao fim de partidas. Portugal tá jogando uma bolinha pequena, mas que alegria dá de torcer pra eles...

Friday, June 16, 2006

Outras observações do dia

Depois do jogo da Argentina, o primeiro tempo de Holanda e Costa do Marfim realmente me fez acreditar que a segunda rodada, tirado o nervosismo das estréias e colocados os esquemas em melhor andamento, ia provar-se muito melhor que a primeira, de maneira geral. Mas, aí veio Angola e México, pelada com P maiúsculo.

O fato é que temos dois bons grupos na Copa (o da Argentina e o da Itália), e os outros são absolutamente medíocres, apenas fazendo o trabalho sujo de limpar quem não devia estara aqui a partir da segunda fase. O resultado é que nunca vi tanta seleção classificada antecipadamente (e só não foram 100% até agora porque Suécia e México resolveram criar suspense para si mesmas - mas confirmam a vaga semana que vem sem problemas).

O que estou curioso para ver é o que isso vai gerar na terceira rodada, que era famosa pela emoção dos dois jogos simultâneos ao vivo, e que agora vai virar palco de vários semi-amistosos. Ou será que Holanda e Argentina vão realmente jogar a sério, arriscando contusões, expulsões, cartões amarelos, etc?

Fashion tip of the day

Não existe acessório mais bizarro que a gravata do técnico (argentino) do México. E, pelo visto depois de dois jogos, é superstição mesmo que ele usa sempre, tipo a camisa verde do Antonio Lopes.
Sobre a Argentina

No intervalo do jogo, 3 a zero, acabo lembrando do nosso jogo com eles em Buenos Aires nas eliminatórias... ai ai ai.

Claro, resolveram ficar com o tal jogo da Copa das Confederações como lembrança, mas eu escrevi na época o seguinte: "vamos e venhamos: sem ayala, saviola, mascherano, kili gonzalez e crespo, fica um pouquinho mais fácil... 5 dos melhores jogadores do mundo, dentro de 11, há que fazer alguma diferença. e nós ainda tínhamos os reforços da ausência de Cafu e Roberto Carlos!!"
pois é.

o que mais dizer dos 6 a 0?
apenas que um time onde Messi e Tévez entram no segundo tempo não pode ser menos do que fenomenal. eu insisto há mais de anos que o elenco argentino é superior ao brasileiro. e mesmo que não fosse, a gana de jogar é muito mais impressionante.
o Brasil tem até as semifinais pra achar não só o seu melhor time, como o seu desejo de jogar bola.
Ainda sobre o Brasil

Duas coisas:

- a diferença entre a teimosia do Parreira em 94, e a dele agora (se de fato ele insistir com ela após a Austrália) é que em 94 ele colocou o melhor time com os jogadores que dispunha, enquanto este ano tem gente melhor (e/ou em melhor fase/condições) no banco.

- esqueçam o tal do quadrado mágico (uma criação midiática estúpida, quem diria!). o Brasil precisa é de um triângulo de criação (Juninho, Kaká, Ronaldinho), todos com plenas capacidades de finalizadores, e mais um centroavante qualquer.

Thursday, June 15, 2006

A Copa do Mundo é nossa

Vamos aproveitar este nobre espaço para falar sobre Copa do Mundo, simplesmente porque senão não vai ter mais nada para se comentar já que a minha vida se resume a isso neste mês...

Como estou começando atrasado esta "cobertura", não vou tentar dar cotações jogo a jogo até aqui, nem sequer comentar cada aspecto dos que vi, e sim dar uma geral sobre temas que me chamaram a atenção, tanto com seríssimas análises técnicas e táticas, como com inúteis piadas e tiradas... Espero fazer um dia a dia a partir daqui.

- Nunca vi tantas peladas num período tão curto de tempo. Na média, os jogos desta primeira fase costumam ser bem sofríveis, entre seleções sem condições de estarem aqui a sério (e que dificultam o futebol jogado pelo adversário por se fecharem ou correrem demais sem muita direção), e seleções fortes morrendo de medo da vergonha de não passarem de fase.
Eu vi só um jogo de futebol que se possa chamar assim, ou seja, disputado por duas equipes que podiam ganhar com justiça e alguma qualidade: Gana x Itália (anoto os poucos jogos que perdi: o da Argentina, o de Portugal e o primeiro tempo de Alemanha x Polônia). Fora isso, houve duas belas exibições de times em treinos aplicados de ataque contra defesa: República Tcheca (que no meu bolão está fazendo final com o Brasil) e Espanha. O resto foi dividido entre peladas divertidas (Austrália e Japão, Togo e Coréia do Sul, Alemanha e Costa Rica, Irã e México), peladas insuportáveis (França e Suiça, Inglaterra e Paraguai/Trinidad e Tobago, Suécia e Trinidad e Tobago/Paraguai) e o sofrimento do jogo do Brasil.

- sobre o Brasil, confirmou-se o óbvio: Ronaldão e Adriano juntos não dá, e nem fazia tanta diferença o fato do Ronaldo estar zumbi e o Adriano no seu normal. Eu continuo defendendo a mesma escalação de sempre, a que tem Juninho e Kaká no meio, e Ronaldinho + um centroavante (a essas alturas não faz muita diferença entre os 3 que lá estão) na frente. Não colocar o Juninho pra jogar é burro taticamente, mas também tecnicamente, uma vez que é o jogador em melhor fase no momento (junto com Kaká, claro). O Robinho pra mim só funciona entrando no segundo tempo, que é a posição ideal para ele.

de resto algumas observações da semana:
- os coreanos deviam ser obrigados a cortar e pintar os cabelos de cores diferentes, como os japoneses fazem. bem mais fácil de diferenciá-los na TV.

- no bolão em que participo, todo mundo (eu inclusive) apostou no Zico contra o Gus Hiddink. ou é muita ignorância histórica ou muita falta de crença na mitologia da Copa.

- se pegar o cara que fez o gol de Togo e colocar no time de Gana, teríamos finalmente um time africano forte. Gana criou boas jogadas contra a Itália, mas simplesmente ninguém conseguia chutar no time inteiro. já Togo não criava uma só jogada, mas quando a bola caía no pé do Kader, sempre saía um senhor chute ao gol. sei não, mas se ele trocar de vestiário acho que ninguém ia perceber...

- eu estou tranquilo de pegar a Itália. o time está jogando bem e ganhou seu jogo. a Itália que mete medo mesmo é aquela dos empates na primeira fase, da classificação sofrida na última rodada, com gol de bunda em impedimento.

- já a Argentina... ai ai.

- temo que a França nunca mais venha a fazer um gol.
(se bem que se a Suécia conseguiu tudo é possível... menos o Paraguai, claro)

- tá, falaram pra caramba do Ronaldo, e com justiça. mas alguém viu o Henry ou o Shevchenko em campo na primeira rodada? Gerrard só entrou em campo hoje aos 46 minutos. sem falar nos outros supostos craques-revelação, tipo Adebayor de Togo (atuação ridícula como seu cabelo),

- já Rosicky, Robben e Pirlo jogaram bola pra caralho.
É como dizia o médico da emergência...

CLEAR!

bzzzzz

Pronto, dado o choque no peito, este blog está oficialmente ressuscitado.

Bem, eu avisei que as atualizações iam ser caóticas. Entre colocar no ar a tal da Cinética (www.revistacinetica.com.br) e passar um mês fora, não deu nem pra pensar no tal do bloguinho... Mas, também é verdade que tudo que eu tinha pra falar sobre filmes vistos no período está aqui (www.revistacinetica.com.br/cannesmenu.htm) ou aqui (www.revistacinetica.com.br/balancocannes.htm), com cotações aqui (www.revistacinetica.com.br/cotacoescannes.htm).

Então, ninguém perdeu nada a não ser minhas inteligentes observações sobre a vida - ou seja, nada mesmo.