Friday, December 28, 2007

"Quinta-feira/..."

"/...eu fui ao Maracanã".
Pois é, esquisito isso porque tive que convocar quatro amigos rubro-negros pra me acompanharem à festa do Zico - já eu não perderia por nada a chance de ver estes que são os verdadeiros mitos brasileiros desfilando no palco maior. Supostamente nós vascaínos somos pessoas rancorosas, mas eu estava lá "do lado errado da arquibancada", alegremente vendo alguns dos melhores jogadores de futebol que já vi jogar - não me importa com que camisa. Enquanto isso os rubro-negros em geral vaiavam o Dinamite em campo (o que é normal), mas além disso eu tinha que ouvir dos amigos "sensatos" que o Dinamite "tinha feito um gol bonito, uma vez". Ai ai...

De fato, eu tenho uma alegria inegável ao ver como o status do Vasco mudou nos 20 e poucos anos que eu acompanho futebol. Quando comecei, a regra era odiar-se o Flamengo, o tri brasileiro e campeão mundial - e os flamenguistas podiam viver com empáfia esta condição. Na minha experiência, porém, vi o Vasco ser tri brasileiro (89, 97, 2000), campeão da Libertadores (98), tri estadual consecutivo (92/93/94), bi estadual (87/88), além de uns outros trocados (leia-se Mercosul, estaduais isolados, etc). Com isso, o que se nota é que quando o Vasco começou esta mania recente pelo vice-obsessivo (embora, note-se, algo como o bi-vice Mundial seja o tipo de coisa com que o Vasco de antão nem sonhava disputar), a torcida do Flamengo já tinha se tornado tão reativa quanto a do Vasco sempre foi - o que só se constrói com estes títulos todos acima mencionados.

Por isso, eu tenho um certo orgulho em ir numa festa do Zico no Maracanã, com rubro-negros ali podendo celebrar somente sua grandosa história, e vendo uns bons 40% dos cânticos entoados sendo "anti-Vasco". Isso dá uma moral para nós cruz-maltinos que acho que os flamenguistas não dariam, se se dessem conta dos significado do ato (a propósito: nenhum cântico contra o Botafogo ou o Fluminense).
(isso sem contar com o absurdo histórico que é o nome do Eurico Miranda sequer ser mencionado na voz da galera num dia de celebrar Zico e afins!!)

* * *

Quanto ao espetáculo em si, algumas constatações desta quinta:
- o Junior (o Capacete, não o da Contracampo, que estava sentado atrás de mim) claramente poderia jogar ainda hoje no meio de campo de qualquer time brasileiro;
- Aldair e Ailton jogam um jogo de 90 minutos correndo como meninos;
- já o Obina, no primeiro tempo, em meio a jogadores de 40 a 50 anos de idade média, conseguiu a proeza de se equivaler a eles no desempenho físico-técnico. parecia estar em casa;
- Edu jogou em 16 minutos mais que o irmão Zico em 74! (corroborando talvez a lenda de alguns de que Edu era o verdadeiro craque da família, mas que foi atrapalhado por problemas físicos);
- num certo lance em que Ailton entrou pela ponta direita e Renato Gaúcho se posicionou no meio da área, alguns rubro-negros suaram frio pensando se o cruzamento do primeiro encontraria a barriga do segundo no caminho;
- no que se refere à mitologia do futebol não importa tanto o que você fez por um time, mas sim o que você faz hoje ou como você saiu do time: por isso a torcida do Flamengo aplaudiu e gritou o nome de Djalminha, Flávio (hein?) e Alessandro (quem?), mas vaiou os de Bebeto, Renato, Ailton e Adriano.
- sim, o Dinamite parecia o Clodovil!
(aliás, a arquibancada produziu dois momentos de repente geniais: este que une os colegas políticos acima mencionados, e o outro: "São Paulo é time de viado: o Adriano come a bunda do Richarlysson!")
- Melhor lance do jogo disparado: os dribles de Andrade (campeão brasileiro pelo Vasco em 89, não custa lembrar! hehehe) em cima do Edmundo dentro da área do time do Flamengo, puxando contra-ataque que terminou em pênalti-gol do Zico. Que jogador era o Andrade! (e o Romário deve ter ligado pro Eurico: "contratar o Edmundo, né chefia? Sei...")
- Aliás, falando em Edmundo, os gritos de "É assassino! É assassino" a cada vez que ele pegava na bola provavam que no Brasil existe sim Justiça, ainda que de um jeito esquisito e único...

Tuesday, December 25, 2007

OURO CARMIM
EL BONAERENSE
MILLENIUM MAMBO/LE VOYAGE DU BALLON ROUGE
O PÂNTANO
BOM DIA, NOITE
ZODÍACO
EUREKA
ÔNIBUS 174
* * *
(não, eu não vou explicar o que significa esta lista acima)
* * *
Stanislavski
Sanford Meisner
Anton Tchekov
Jean-Jacques Roubine
Judith Weston
* * *
(muito menos esta!)

Sete meses depois

Muita coisa mudou na minha vida desde que eu postei neste blog pela última vez - sendo que meu endereço de correio não foi a menor delas. No entanto, mais relevante para este bolg é o fato de que agora eu tenho Velox em casa, além de SKY (aliás, uma coisa tem tudo a ver com a outra, já que foram adquiridas no mesmo pacote). Isso certamente anima a que existam mais posts, já que vejo filmes e pedaços de filmes na SKY (não, nem com Velox eu baixo filmes em emule ou afins, afinal se eu o fizesse o meu computador pediria arrego com o seu pobre processador), e sento no computador ao mesmo tempo.

Foi isso que me motivou a sentar aqui enquanto A HISTORY OF VIOLENCE passa aqui no Cinemax e eu tenho jogado na minha cara nesta quarta revisão aquilo que eu sempre soube que mais me impressionava no filme (quer dizer, além da Maria Bello vestida de cheerleader - mas aqui falamos de outros tipos de "impressões"): Cronenberg exercita neste filme uma veia Hitchcockiana impressionante, onde cada plano é exatamente o plano que precisa ser, em conexão com o plano anterior e o seguinte. Para um cineasta bastante "orgânico" antes deste filme, me impressiona como ele é cerebral, preciso, controlado, sem perder a força em cada take. Preciso ainda rever o EASTERN PROMISES, mas lá ele me parece seguir este modelo, mas permitindo um pouco mais de "gorduras", o que é até interessante na imperfeição alcançada. Aqui (AHOV), vemos só precisão atrás de precisão atrás de precisão.

(ah, sim: eu ficaria feliz pacas de dizer "sim, este blog voltou, venham sempre aqui!" - exceto que uma outra coisa que mudou nos 7 meses é que agora eu estou há menos de 20 dias de começar a filmar meu longa. ou seja: não, eu não acho que vá conseguir postar muito entre agora e março. Mas resolução de ano novo pra março: escrever mais no blogzinho)